
O cristianismo institucionalizado transformou-se em normas, tradições, legalizações, fonte de poder, enriquecimento pessoal e rituais que desfocaram o que deveria ser o Evangelho de Jesus Cristo e praticado por seus apóstolos.
Há críticas contundentes aos chamados “desigrejados” por abandonarem as instituições estruturais. Mas não se pode apenas criticar por criticar, sem antes refletir questões fundamentais do relacionamento pessoal com Deus.
As críticas deveriam ocorrer também aos que chamo de “igrejados”, pois em muitos casos, podem deixar de lado o que realmente reflete ser um discípulo de Jesus, se perdendo no ativismo religioso, numa devoção a instituição/denominação e a seus líderes, ou, em uma zona de conforto religiosa.

Consideremos o que suas nomenclaturas se referem:
“Igrejados”: É uma Instituição/denominação que reúne pessoas crentes em um edifício, templo (que erroneamente são chamados de “igreja”) e que normalmente há a figura de um líder, seus auxiliares e o povo. (Discorreremos sobre suas características mais adiante).
“Desigrejados”: Refere-se a pessoas que deixaram de participar de reuniões em templos institucionalizados, chamados erroneamente de “igreja”, (vamos utilizar templo e não “igreja” nesse artigo). Contudo, estas pessoas não deixaram de acreditar em Jesus Cristo e de praticar o Cristianismo, ao menos boa parte destas.

Embora muitos achem que congregar em casas seja uma reunião de células derivadas do modelo dos templos atuais, essas reuniões não são assim, pois não há liderança hierrquia.
Nessas reuniões, deve-se obter orientação do Espírito Santo direcionando os que exercem o dom pastoral para servir ao grupo, não lidera-los ou dominá-los.
Os mestres ensinavam em casas, colégio, como foi o caso de Paulo, porém, o local era transitório e não permanente como são os templos atuais.
Jesus disse: “quem quiser ser o maior, deve ser o menor entre todos” (Lucas 22:24-28). Observe que no versículo 26, Jesus diz: “Não será assim entre vós”, ou seja, os reis governam o povo, têm autoridade sobre o povo, mas vocês não.
Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos. (Marcos 9:35), e ainda, que Ele não veio para ser servido, mas para servir.
Fica claro, portanto, que esta figura instituída nas denominações não era o modelo que Jesus orientou e ensinou aos seus discípulos. O clero pode dizer que está a serviço do povo, mas, na verdade, é o povo ou os leigos que estão a serviço do clero.

Voluntários/povo/leigos trabalhando no templo
Este fenômeno dos “desigrejados”, surgiu com a ideia de que as estruturas institucionais religiosas não são necessárias, e que a fé cristã pode ser praticada sem que a pessoa esteja ligada, associada ou membrada a uma instituição.
Estatística sobre número de desigrejados no Brasil
Há cerca de 16 milhões de”desigrejados” no Brasil, de um total de 70 milhões de evangélicos, o que representa algo em torno de 23%.
Este termo “desigrejado”, ainda que com uma conotação pejorativa, talvez seja uma maneira de identificar pessoas que deixaram de participar das instituições religiosas, pois o termo em si, é uma falácia e não faz sentido biblicamente.
A bíblia diz que todos quantos aceitaram a Jesus Cristo como seu Senhor e o confessaram e creram, praticando os Seus ensinos, se tornaram membros do Corpo de Cristo, conforme as Escrituras relatam, e não da instituição.
Então, de acordo com a Palavra, os membros deste Corpo fazem parte da Igreja de Cristo, ainda que as instituições ou os clérigos não os reconheçam.
Considere ainda, que o Senhor acrescentava diariamente os que iam sendo salvos (Atos 2:47). E, não há registro de que Deus e nem o Senhor Jesus, tenha pedido para preencherem uma ficha de membro, passarem por um curso de novo convertido, dizimarem, terem aulas de batismo e etc.
O termo que melhor identifica esse movimento seria “desinstitucionalizados”, já que se trata de uma instituição religiosa e o termo “igreja” para uma instituição é descabido. Doravante substituiremos, portanto, o termo “desigrejado” por desinstitucionalizado.
Motivos que levam pessoas a serem desinstitucionalizadas.
Suas cicatrizes os identificam como “cristãos solapados por projetos ministeriais impessoais, relacionamentos funcionais, falta de preocupação com discipulado, proclamação utilitarista, apelos financeiros exagerados, entre outros motivos.” (BOMILCAR, 2012, p. 23).
E mais…
- Decepção com promessas feitas em nome de Deus;
- Desapontamentos relacionais;
- Panelinhas ou feudos;
- Práticas e ensinos questionáveis;
- Maus exemplos, enriquecimento financeiro e;
- Corrupções das lideranças.
Sobre estes e outros tantos motivos que levam uma pessoa a não participar mais da instituição, deve-se ter o cuidado por parte destes desinstitucionalizados, de não abandonarem a fé e a prática cristã sob a alegação de tais motivos.
Acautelem-se ainda, de não criarem apenas uma instituição sem nome, ou seja, reunirem-se em casas e terem uma estrutura clérigo-leigos – ainda que sem nome institucional ou denominacional, mas mantendo uma estrutura de dominação sobre os demais.
É certo que ninguém deve ter outro ser humano como referência suprema, pois somente há Um que é referência e este é Jesus Cristo. Infelizmente, decepcionar-se com pessoas é algo inerente da natureza humana caída, herdada pelo pecado.
Partindo desta premissa, você pode ser decepcionado por alguém, mas também pode decepcionar outro alguém. As Escrituras dizem para olhar para Cristo, autor e consumador da fé, pois Ele é o modelo, o Pastor, o Mediador e o Intercessor entre Deus Pai e os homens. (Hebreus 12:2 / João 10:11-18 / 1 Timóteo 2:5).
Motivo central que o desinstitucionalizado deve considerar
O motivo principal para não participar de uma instituição religiosa, deve-se levar em consideração o que as Escrituras dizem sobre o assunto e, não apenas as decepções e suas não conformidades com tais instituições, embora isso coadune com as questões abaixo. Então, deve-se fazer as perguntas certas:
- De onde veio a ideia de institucionalizar a reunião dos crentes em Jesus?
- Quando foi ordenado o primeiro pastor no Brasil e no mundo e com que base tal ordenamento foi feito?
- Quem ordenou apóstolos dos dias atuais? Paulo combate duramente os que em sua época queriam ser como eles (apóstolos), chamando-os de falsos apóstolos. (2 Coríntios 11:12-15). E como Paulo classificaria hoje em dia a enxurrada de autodenominados “apóstolos (as)”, “bispos (as)”, “pastores (as)”?
- De onde surgiu o “pastorado”, “bispado” ou “apostolado” feminino?
- Deus instituiu sacerdotes no Antigo Testamento; Jesus ordenou doze apóstolos no Novo Testamento. Não estamos mencionando cargos funcionais e suportes ministeriais conforme o próprio Jesus era suportado em seu ministério por muitas mulheres e assim como Paulo as menciona em ofícios da comunidade em várias cartas, mas não “pastoras”, “sacerdotisas” e “apóstolas”.
- De onde veio e quem criou a liturgia do clérigo e dos leigos? Isso tem base nos ensinos de Jesus e dos seus apóstolos?
Há um contraste do Novo Testamento, sob a égide dos ensinos de Jesus em detrimento aos ensinos e doutrinas que tais instituições adotaram ao longo da história para manter seus membros atrelados a elas.
Inerente a tudo isso, muitas instituições enxertaram práticas judaicas em seus “menus” – filosofias de homens, a sua valorização e realizações, bem como o humanismo que se baseia no antropocentrismo, ou seja, o homem tem o direito e a responsabilidade de dar sentido à sua vida. Totalmente desconexo com o ensino do Mestre Jesus.
Dissonância da igreja da época de Jesus e de alguns anos seguintes.
Uma das funções da igreja (pessoas convertidas a Cristo), era de sair para pregar o evangelho de Jesus (Mateus 28:19) e a incumbência era de todos os crentes. O Senhor acrescentava as pessoas que iam sendo salvas, contudo, eles não deixaram de cumprir a ordem de Jesus de saírem e fazerem discípulos. Eles não esperavam que as pessoas viessem ao templo, como é o caso das instituições de hoje.
Em grande parte das instituições, existe um departamento de evangelismo ou missões em que uns poucos voluntários participam deste trabalho, e mais uma vez, destoa da prática de Jesus e de seus discípulos.
Os trabalhos desses departamentos nos templos, visam trazer as pessoas à instituição e não irem até elas, como se vê em vários exemplos de Jesus saindo de um local para outro e muitas vezes distante, para falar com uma pessoa. Não foi diferente com seus discípulos, pois seguiram o modelo do Mestre.
Obviamente no início, os primeiros cristãos continuaram indo ao templo de Jerusalém, por que não entendiam o que tinha acontecido.
Não estava muito claro para eles o que era igreja, e eles continuavam seguindo a velha ordem de coisas do judaísmo. Lembre-se que eles não tinham uma bíblia como temos hoje. Eles tinham registros, cartas e estavam escrevendo a bíblia.
Quando começou a perseguição em Jerusalém, eles foram obrigados a se reunirem em casas e em outros lugares. E se reuniam tanto em Jerusalém, como em outras cidades para onde eles fugiam à medida que a perseguição aumentava.
Templos evangélicos atuais



Hoje, os templos são cada vez mais requintados na aparência, no tamanho, no conforto, na tecnologia abarcada. Na grande maioria, um segue o estilo do outro com telas grandes, paredes pretas e etc. Um aparato espetaculoso com o pretexto de que o “melhor tem de ser para Jesus”.
É preciso manter as estruturas que não são apenas físicas do ponto de vista de edifícios, quadras poliesportivas, sítios ou chácaras para eventos, mas também a estrutura clerical instituída.
Nesta estrutura inevitavelmente terá um presidente ou fundador e os companheiros institucionais, incluindo via-de-regra os familiares, parentes e amigos mais chegados.
Para manter toda esta estrutura, existem custos envolvidos, os quais são pagos pelos membros e associados destas instituições na forma de dízimos, ofertas, projetos entre outros. A pergunta é: Jesus pediu isso ou a instituição e seus presidentes?
Templo de Herodes, o Grande, pelos idos de 20 a. C.

O único templo erguido foi o que Salomão construiu e que no ano 70 d.c, foi destruído (pelo General Tito) conforme Jesus havia anunciado. A partir de então, da queda do templo, os cristãos não construíram outros templos cumprindo a Palavra de Jesus em João 4: 20-23:
Nossos pais adoravam sobre este monte, mas vós, judeus, dizeis que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.” Declarou Jesus a ela: “Mulher, podes crer-me, está próxima a hora quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
Mas a hora está chegando, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai, em espírito e em verdade; pois são esses que o Pai procura para seus adoradores.
“Igrejados” ou Institucionalizados?
No início deste artigo, usamos uma definição própria sobre a palavra “igrejados” como um antônimo para “desigrejados”. Não há significado em dicionário e tampouco é um termo correto para se referir aos membros de uma instituição/denominação.
Doravante substituiremos o termo “igrejado”(s) por institucionalizado(s).
Os institucionalizados são os membros participantes de uma denominação, podendo ser em sua maioria chamados de crentes, “leigos” ou “povo”. Estas instituições/denominações contam com um líder fundador ou presidente (pastor, bispo, apóstolo) e seus auxiliares.
Nestas estruturas, há vários departamentos ou ministérios e normalmente de voluntários os quais possuem líderes que respondem a um auxiliar do presidente ou ao próprio presidente, dependendo do tamanho e do organograma de cada instituição/denominação.
Os “igrejados” nutrem um sentimento de pertencimento a instituição/denominação tão forte, que em alguns casos chega a ser uma devoção como quem defende uma bandeira, uma marca, colocando-a como superior a outras instituições, podendo ser mais importante que o próprio cristianismo. Muitas destas marcas (nome da organização), há um valor (US$) no mercado financeiro, como de uma empresa “secular”.
Institucionalizados Exclusivistas – Uma Herança dos Fariseus.
Os judeus da época de Jesus Cristo se consideravam exclusivos porta-vozes de Deus e de Seu favor. Muitos crentes institucionalizados navegam no mesmo mar, caindo na mesma armadilha de exclusividade “espiritual”. Creem que por estarem membros de uma instituição eclesiástica, têm um nível ou status espiritual diferenciado, superior aos demais.
Os fariseus, que eram os religiosos da época de Jesus. Se gabavam de guardar e praticar a lei com rigor, mas essa prática não lhes garantia proximidade e conexão com Deus. Jesus disse que veio para os seus, mas os seus não O receberam. (João 1:11).
Jesus foi duro contra a religiosidade e hipocrisia dos fariseus. Confrontou o legalismo e a imposição de jugos sobre as pessoas sem que eles mesmos pudessem cumprir. O famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Você é Herdeiro de Deus?
Jesus afirma contra os fariseus as seguintes palavras: “Este povo me honra com lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15:8). Esse texto se aplica a muitas instituições as quais impõem cargas sobre seus membros com ativismos insanos e estes por sua vez, se devotam as instituições e seus clérigos sem cultivar um relacionamento profundo, sincero e íntimo com Deus.
Esta é uma história bastante conhecida das Escrituras e refiro-me ao filho pródigo em Lucas 15:11-32. (Caso ainda não tenha lido esta passagem das Escrituras, recomendo que faça a leitura para o completo entendimento). Podemos considerar como uma ilustração profunda e inerente sobre os institucionalizados.
O irmão mais novo considera retornar a casa de seu pai por ter caído em si, e lembrado que na casa do seu pai, os funcionários tinham fartura de comida enquanto ele passava fome. Vs17.
Quero chamar sua atenção para o fato de que Deus tem funcionários e herdeiros com base nesse texto. Os herdeiros são os filhos, pois somente filhos possuem herança.
Mas, há muitos que são funcionários das instituições em nome de Deus e têm salários, têm fartura de bens e não sentem falta de nada. Sua recompensa é o salário que recebe e o permite viver bem.
Já os filhos de Deus, podem não ter muito neste mundo como diz em 1Timóteo 6:8-10, “por isso, tendo o que comer e com que nos vestir, estejamos com isso satisfeitos” e em Mateus 6:25-30, Jesus diz que não se deve preocupar com o que comer, beber ou vestir, pois a vida não é mais importante do que a comida e o corpo não é mais importante do que a roupa?. Os filhos de Deus podem não ter muito aqui, mas são co-herdeiros com Cristo da herança de Deus Pai.
Você é Funcionário de Deus?
O irmão mais velho se assemelha a um funcionário com todas as obrigações religiosas. Sem experimentar íntima comunhão com Deus, sem se dar conta de que o cerne do cristianismo não é simplesmente estar presente em um templo, ou o mero cumprimento de ritos e sacramentos religiosos.
Estar constantemente presente na casa, como no caso do irmão mais velho, não significa compreender ou partilhar do coração do Pai. O comportamento dele revelou o que estava no seu íntimo como ressentimento, justiça própria, falta de amor e graça.
Por isso, faz-se necessário uma reflexão honesta e sincera dos institucionalizados sobre suas posturas em detrimento a postura deste irmão mais velho do pródigo.
Não são poucos os relatos de pessoas institucionalizadas que se sentem injustiçadas, ressentidas com seus irmãos, com suas lideranças, feitores de justiça própria.
Não concordam com determinadas posturas e legalismos, mas permanecem, e pior, falam à outras pessoas de dentro e de fora de suas instituições sem resolverem as questões. Sem contar instituições que se degladiam nas redes sociais por interesses próprios e promovem mal testemunho da fé cristã.
O poder e a ganância de muitas pessoas dessas instituições, as impede de ter um relacionamento profundo e intenso com Deus Pai e, exercer sem parcialidade o amor ao próximo, como o Mestre ensinou sobre estes dois e maiores mandamentos.
Minha Instituição é Melhor que a Sua – Reino De Deus ou Reino de Homens?
Jesus deu uma ordem: “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). Esta ordem é imperativa e vai muito além de fronteiras denominacionais.
Não obstante, o que presenciamos é uma corrida maluca e um esforço homérico para encher os templos, aumentar numero de membros, fazer sua instituição conhecida com inúmeras propagandas. Uma guerra fria entre instituições para mostrar que a minha é superior as demais.
Uma catedral maior que a outra e mais luxuosa, ao invés de empreender todos os esforços para expansão do Reino de Deus e fazer discípulos. Suprir os necessitados, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros, conforme nos ensina Tiago no capítulo 1:27 “A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”.
Isso retrata algo que parece estar esquecido, quando o Senhor Jesus ora para que Seus seguidores sejam um, assim como Ele e o Pai são um. (João 17:21).
Diferentemente das instituições atuais, os primeiros cristãos tinham como objetivo essencial e missão, testemunhar o amor de Deus, reconciliando todo homem com Cristo, não com o templo. A intenção nunca foi criar um Império religioso, uma instituição centrada em si mesma, antes, ser uma igreja viva, que cuidava dos necessitados, repartiam o pão e comiam juntos.
Expandiam o Reino de Cristo sem precisarem de estruturas clericais e nem instituições humanas. O Espírito Santo era o mentor, o guia e os capacitava.
Assim deveria ser com a Igreja de Cristo hoje. Mas o ativismo institucional, as agendas, o “meu ministério”, limitam a Sua atuação, e então, prefere-se manter as aparências, as simulações, ao invés de fato e de verdade serem guiados pelo Espírito Santo de Deus.
Panelinhas, Elite e Feudo
É muito comum nestas instituições/denominações percebermos a formação de panelinhas, grupinhos e não só entre seus membros, mas principalmente nos escalões superiores ou clérigos se preferirem. Dependendo do gosto pessoal, do estilo e da classe social, os feudos são estabelecidos.

Para muitos, a instituição é o local de ver os amigos, se entreterem mutuamente, se ocuparem com seus ativismos e suas festas. O foco pode muitas vezes parecer que é o Reino de Cristo, mas no fundo, o que importa são suas afinidades e suas preferências humanas.
Veja o que o apóstolo Paulo fala sobre isso em 1 Coríntios 1:10-13; Suplico-vos, queridos irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que concordeis uns com os outros no que falam, a fim de que não haja entre vós divisões; antes, sejais totalmente unidos, sob uma mesma disposição mental e no mesmo parecer. Caros irmãos, fui informado a vosso respeito, pelos da família de Cloé, que existem discórdias entre vós. Refiro-me ao fato de um de vós afirmar: “Eu sou de Paulo”; enquanto o outro declara: “Eu sou de Apolo”; e outro: “Eu sou de Pedro”; e outro ainda: “Eu sou de Cristo!” Ora, acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em vosso favor? Fostes batizados em nome de Paulo?
O texto é claro e enfático para não haver divisões, facções na Igreja (não templos), pois todos são seguidores de Jesus Cristo, ou ao menos deveriam ser.
Esses fatos ocorrem quando os institucionalizados dão lugar à elitização, panelinhas e feudos, pois demonstram com tais atitudes que seu foco está longe da unidade cristã, do Reino de Cristo e cada vez mais próximo da organização que busca os seus iguais em termos de aceitação na tribo e afago do ego.
Dependência Institucional, Não Necessariamente Espiritual.
Se perguntássemos aos membros das instituições se estariam dispostos a se tornarem desinstitucionalizados, certamente a resposta da grande maioria seria um espantoso, estrondoso e sonoro – não!
Quais seriam suas possíveis alegações? Vejamos:
- Pseudo segurança na estrutura institucional;
- Acomodação rotineira em participar de rituais e ativismos que certamente não encontrariam fora da estrutura;
- Necessidade de pertencer a tribo, feudo ou elite – um grupo pra chamar de seu.
- Dependência de que alguém lhe conduza religiosamente e não necessariamente o Espírito Santo;
- Medo de abandonar a fé por não ter uma estrutura física e visível para participar. A pergunta é: a fé está em Jesus Cristo ou na instituição?
Em João 4:20-24, Jesus responde a Samaritana:
Nossos pais adoravam sobre este monte, mas vós, judeus, dizeis que Jerusalém (referindo-se ao templo) é o lugar onde se deve adorar.” Declarou Jesus a ela: “Mulher, podes crer-me, está próxima a hora quando nem neste monte, nem em Jerusalém (templo) adorareis o Pai.
Mas a hora está chegando, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai, em espírito e em verdade; pois são esses que o Pai procura para seus adoradores.
Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
O texto mostra que adorar a Deus não está vinculado a uma instituição, a uma estrutura organizacional, mas à essência do coração, no cumprimento do que Jesus ensinou e ordenou que seja feito.
Concluímos da seguinte maneira:
Jesus chama seus seguidores para serem Seus discípulos e mais tarde Seus apóstolos, a fim de terem uma profunda comunhão com o Pai e uns com os outros. De serem guiados pelo Espírito Santo e não frequentadores de uma instituição religiosa, ou do templo em sua época.
“Sabe, entretanto, disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens amarão a si mesmos, serão ainda mais gananciosos, arrogantes, presunçosos, blasfemos, desrespeitosos aos pais, ingratos, ímpios, sem amor, incapazes de perdoar, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, inconsequentes, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, com aparência de piedade, todavia negando o seu real poder.
Afasta-te, portanto, desses também”. 2 Timóteo 3:1-5.
Atente-se ainda, que o Senhor vem buscar Uma Igreja, aquela que está firmada Nele, não em paredes e nem em pessoas. Ele não vem buscar várias “igrejas”, instituições, denominações, mas muitos membros do Corpo de Cristo, do qual Ele é o Cabeça da Sua Igreja. Colossenses 1:18.
Sejamos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo. Conhecidos pelo amor, pela graça e misericórdia entre nós e compartilhada com as pessoas que ainda não conhecem a Cristo.
Sirvamos aos órfãos, as viúvas, aos necessitados e ao estrangeiro.
Que sua identidade não seja por uma instituição, por uma estrutura, por um CNPJ, mas por ser filho de Deus. Por ter sido resgatado por Jesus Cristo que te chamou das trevas para Sua maravilhosa Luz.
Que Deus continue te abençoando e dando-lhe esclarecimento sobre o Seu Reino.
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